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O astrônomo William Herschel descobriu Urano em 1781. Foi o primeiro planeta a ser descoberto através de um telescópio e o primeiro que não estava sob observação constante desde os tempos antigos. Nos anos após sua descoberta, os astrônomos acompanharam o novo planeta com muito cuidado. Eles descobriram perturbações em sua órbita, algumas das quais poderiam ser explicadas pelos efeitos gravitacionais de planetas conhecidos como Júpiter e Saturno, enquanto outras levaram à descoberta do planeta Netuno, até então desconhecido.
Dinâmica do Sistema Solar
Quando Urano foi descoberto, as leis físicas que governavam a dinâmica do sistema solar eram muito bem compreendidas. A única força envolvida é a gravidade, que pode ser combinada com as leis do movimento de Newton para fornecer uma descrição matemática abrangente das órbitas planetárias. As equações resultantes são extremamente rigorosas, permitindo que o movimento de um planeta através do céu seja previsto com um alto grau de precisão. Isso já havia sido feito para os planetas conhecidos anteriormente, e foi feito para Urano dois anos depois de sua descoberta.
Discrepâncias orbitais
Inicialmente, o movimento de Urano parecia seguir muito bem as previsões. Gradualmente, no entanto, a localização observada do planeta começou a divergir de sua posição esperada. Em 1830, a discrepância era mais de quatro vezes o diâmetro do planeta e não podia mais ser ignorada. Uma explicação, favorecida por alguns astrônomos, foi que a formulação da gravidade de Newton estava errada, resultando em previsões que eram aproximadamente, mas não exatamente corretas. A única outra possibilidade era que um objeto desconhecido estivesse orbitando em algum lugar nos confins do sistema solar.
Prevendo um novo planeta
Os cálculos originais da órbita de Urano levaram em conta os efeitos gravitacionais de todos os objetos conhecidos no sistema solar. O efeito primário foi do sol, mas houve efeitos perturbadores dos planetas gigantes Júpiter e Saturno. A discrepância observada sugeria que havia outro planeta grande esperando para ser descoberto além da órbita de Urano. Em teoria, a órbita deste planeta não descoberto poderia ser calculada com razoável precisão, com base nas perturbações observadas na posição de Urano. Esses cálculos foram realizados em 1843 por um astrônomo inglês, John Couch Adams, mas infelizmente seu significado não era reconhecido na Inglaterra na época.
A descoberta de Netuno
Cálculos muito semelhantes aos de Adams foram realizados por um cientista francês, Urbain Le Verrier, logo depois. Usando figuras de Le Verriers, os astrônomos do Observatório de Berlim descobriram o planeta previsto em 1846 e, posteriormente, receberam o nome de Netuno. Após a descoberta de Netuno e até o século 20, houve controvérsia sobre se sua existência explicava completamente as perturbações residuais na órbita de Urano. Mas a maioria dos astrônomos hoje acredita que esse é realmente o caso.